quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Educação é pacto de interesses



A educação antes de ser pactuada com os entes federados – que muito necessária inclusive - deverá ser pactuada com a sociedade.  Não há sociedade que não queira pactuar a educação com seus comunitários.  O pacto a que nos propomos não deriva de decreto nem de rol de intenções de governo que não dialogue com a sociedade, mas nasce do desejo que todos têm de ter uma educação melhor. Nesse sentido, os atores da transformação social são indispensáveis e, entre eles, ganham destaque o professor, o os gestores, os profissionais da educação de maneira geral, e pais e responsáveis pelos alunos e principalmente o aluno. Mas há outros atores não menos importantes que estes mencionados nesta nomeação. O conjunto da sociedade precisa se envolver neste sentido.
Antes de ser uma Política Pública, a educação no sentido geral transforma as pessoas. No sentido formal ou educativo (de ensino) tem suas prescrições descritas na Constituição, na LDB e em leis espaças. Nas leis há inegavelmente uma manancial de informações que confirmam a educação enquanto Política de Estado. Mas numa coisa sei que todos concordamos: na educação não cabem pessoas desinteressadas, mal educadas ou ditadores.
O Pacto de Interesses a que nos propomos participar ganha vida a partir do momento que todos desejamos o mesmo fim. A educação não pode ser atribuída a uma ou duas autoridades ou mesmo as virtudes e desqualificações atribuídas a um ou dois profissionais. Por isso que é preciso analisar o contexto. É preciso pactuar a educação, pois dessa maneira todos têm interesse e todos saem ganhando na construção de uma sociedade justa, próspera e com menos desigualdades. A luz da sociedade ainda há de ser a educação!
Numa sociedade em que não pactua a educação, o resultado é o aumento indiscriminado da violência em todos os sentidos. Como disse não se pode atribuir os avanços e muito menos os fracassos a este ou aquele indivíduo. Sabe-se, porém, que é necessário que o Estado Brasileiro deva investir mais na educação. Isto também deverá ser pactuado. No mesmo tom em que afirmo que muitos das conquistas até aqui não vieram do silêncio desmedido dos indiferentes, mas da voz das ruas. Alguém já viu algo que nos coloca em liberdade plena vir do ócio ou de discursos convenientes ocasionais?

O ensino é apenas uma das vertentes de se irrigar a educação. Este precisa também fazer parte do pacto. Embora todos saibamos que há uma condição essencial: o interesse dos atores que deve se somar com ações de Estado. A minha repetição se faz necessária, uma vez que a educação na sua contemplação leva à liberdade.
Do nascimento até o último dia de sua vida, o homem submete-se ao processo educacional. Escutar, ver, olhar, sentir, cheirar, despertar, perceber, silenciar... Há autores que falam da educação intrauterina, ali já no processo de comunicação e alimentação com a mãe, o bebê tem os seus primeiro ensinamentos! A educação é a vida do povo em sociedade.  Após sua chegada aqui passa a interagir com pessoas, coisas e com o próprio meio. Mas paradoxalmente o maior problema para a educação é certamente a liberdade que ela proporciona. Quem se liberta por meio da educação jamais aceita a condição de escravo ou se sente filho órfão da sua própria pátria.
Recebo e percebo críticas quando falo do Pacto de Interesses pela Educação. Nem sempre sou compreendido nesse meu “romantismo” que prefiro tê-lo com um ar de concretismo.
As demandas da educação todas têm que ser pactuadas de forma consciente e democrática. Disto não devemos nos aforar de sábios ou detentor de fórmulas mágicas. Quanta ignorância, transformar a educação por meio de decreto! Ou então eu é que ainda estou num processo logo e demorado de alfabetização.
Ressalto neste parágrafo final, que não tenho a pretensão de me igualar os que já sabem tudo e muito menos me julgar detentor de algum conhecimento, pois se assim fosse, jamais conseguiria pensar assim.
Nilson de Jesus Sousa (Nilson Ericeira)
Poeta, jornalista, professor, psicopedagogo, estudante de Direito e atual Secretário Municipal de Educação de Arari

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